Peter Joseph Werner e família
Álbum do 1º Centenário de Brusque. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1960. p. 194 (foto anterior a 1882)
Álbum do 1º Centenário de Brusque. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1960. p. 12A
Pedro Miúdo. Assim era conhecido Pedro José Werner, um dos primeiros colonizadores da região. Quando da chegada dos primeiros imigrantes, ele os alojou em seu engenho de farinha, até que fossem derrubadas as matas e construídos os primeiros abrigos. Pedro J. Werner acabou falecendo em 10 de janeiro de 1882 aos sessenta anos. Na foto vê-se sua esposa Catharina Palm, a filha Maria Werner e os filhos Nicolau e Pedro Werner Filho.
Álbum Brusque 150 anos. Álbum de Figuras em comemoração aos 150 anos de Brusque/SC editado pelo jornal Município Dia a Dia. Disponível em http://issuu.com/p1design/docs/brusque_150_anos Acesso em: 30.01.2012. (data provável desta foto: 1875)
Nicolau Werner era filho do imigrante alemão Peter Joseph Werner, mais conhecido em Brusque como Pedro José Werner, oriundo da colônia de São Pedro de Alcântara, latifundiário, proprietário de engenho de farinha e serraria, que acolheu em seu galpão os primeiros imigrantes quando da sua chegada a Brusque em 1860, e foi um dos fundadores do Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque, em 1866. Nicolau Werner, na década de 1890, morava em Vicente Só, na atual Fazenda Hoffmann.
GEVAERD, Ayres. Política e Políticos de Antanho, in Notícias de Vicente Só, I, n. 2, abr-mai-jun, Sociedade Amigos de Brusque, 1977.
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Correções do texto acima:
1. O navio Marquês de Vianna chegou ao porto de Desterro em 12 de dezembro de 1828 (e não 1928);
2. O nome do segundo filho de Augusto Maluche e Maria Werner Maluche é Nicolau Antonio Maluche (e não Antônio Nicolau), conforme registro de batismo de 19 de fevereiro de 1881, da Paróquia de Brusque, e registro de matrimônio de 27.04.1918, do Registro Civil de Brusque, onde consta assim e ele assinou da mesma forma. Junto ao seu registro de matrimônio constam as seguintes anotações: "Em virtude do mandado apresentado e firmado pelo Exmo. Sr. Juiz de Direito da Comarca com data de hoje, faço a seguinte averbação no registro nº 34: Que Antonio Maluche e Nicolau Antonio Maluche, são uma e mesma pessoa. Brusque, 7 Novembro 1946." "Faleceu nesta cidade aos 14-9-1954 cujo termo foi lavrado no Livro 6-A fls. 9 sob nº 4.471 o contraente Antonio Maluche. Brusque, 14-9-1954." Muito embora Nicolau Antonio Maluche tenha casado e falecido em Brusque, no seu registro de casamento consta que ele era residente e domiciliado no município de Lages;
3. Nicolau Werner e Madalena Imhof Werner não fixaram residência em Bom Retiro, tendo em vista que ela faleceu no parto, em Brusque, em 23.08.1894, da mesma forma que Maria Westarb Werner, primeira esposa de Pedro José Werner, que faleceu em 10.05.1894;
4. Catharina Palm Werner, já viúva, e todos seus filhos com suas famílias, mudaram-se de Brusque para Lages, estabelecendo-se no distrito de Índios, entre maio de 1898 e fevereiro de 1900;
5. Nicolau Werner posteriormente transferiu-se para localidade mais próxima do centro de Lages. Segundo seu bisneto Ildefonso de Oliveira Werner, Nicolau Werner chegou a possuir em torno de dois milhões de metros quadrados de terras no Morro do Prudente, em Lages, no início do século XX, além de uma fábrica de cerveja e gasosa na atual avenida Presidente Vargas, nas imediações do viaduto da ferrovia. Finalmente, Nicolau Werner mudou-se para o município de Bom Retiro, onde faleceu em 13.12.1946, aos 87 anos de idade, em sua residência na rua Anita Garibaldi.
DESCENDÊNCIA DE PETER JOSEPH WERNER E CATHARINA PALM WERNER
Peter Joseph Werner (Pedro José Werner) (*20.01.1822 - Bremen, Alemanha, +10.01.1882 - Brusque), casou em 29.12.1854 em Colônia São Pedro de Alcântara, na época pertencente ao município de São José, com Catharina Palm (*7.12.1830 - Colônia São Pedro de Alcântara, +11.05.1903 - Lages). Catharina Palm Werner faleceu no distrito de Índios (Lages), e foi sepultada no cemitério público da mesma cidade. Pedro José Werner e Catharina Palm Werner (Nima) tiveram os seguintes filhos:
1. Maria Werner (*17.10.1855 - Itajaí, +21.04.1932 - Lages), casou em 31.12.1874, em Brusque, com Augusto Maluche (*9.01.1843 - Alemanha, +10.11.1925 - Lages); com quem teve quatro filhos: Augusto Maluche Júnior (*20.12.1876 - Brusque, +10.05.1969 - Lages), Nicolau Antonio Maluche (*15.02.1881 - Brusque, +14.09.1954 - Brusque), José Maluche (*2.09.1883 - Brusque, +2.12.1967 - distrito de Índios, Lages) e Catharina Maluche (*24.04.1887 - Brusque). Augusto Maluche faleceu no distrito de Índios, em Lages, e Maria Werner Maluche faleceu na Fazenda Santo Antônio da Bela Vista, distrito de Índios, em Lages.
2. Nicolau Werner (*25.06.1859 - Itajaí, +13.12.1946 - Bom Retiro), casou em 15.01.1880, em Brusque, com Madalena Imhof (*5.03.1862 - Brusque, +23.08.1894 - Brusque); filha de Franz Xaver Imhof e Maria Regina Schmitt Imhof, com quem teve oito filhos: Maria Catharina Werner (*29.08.1881 - Brusque, +06.10.1946 - distrito de Índios, Lages), Catharina Regina Werner (*23.02.1883 - Brusque, +2.07.1949 - Lages), Isolina Werner (*29.10.1884 - Brusque, 12.11.1948 - Bom Retiro), Pedro Nicolau Werner (*6.02.1886 - Brusque, +21.06.1944 - Canoinhas), Anna Werner (*18.5.1887 - Brusque, 16.12.1963 - Lages - residia em Bom Retiro), Magdalena Werner (*3.06.1889 - Brusque, +23.04.1981 - Bom Retiro), Nicolau Werner Filho (*28.10.1890 - Brusque, 13.01.1974 - Lages) e Regina Werner (*23.11.1892 - Brusque, 15.07.1967 - distrito de Índios - Lages).
3. Pedro José Werner: (*12.06.1862 - Itajaí, +8.10.1923 - Lages), casou em 24.07.1883, em Brusque, com Maria Westarb (*1863, +10.05.1894 - Brusque, filha de Frederico Westarb e Anna Pietsch) com quem teve seis filhos: Catharina Maria Werner (*18.12.1884 - Brusque), Maria Magdalena Werner (*2.02.1886 - Brusque), Anna Werner (*7.03.1887 - Brusque), Pedro José Werner Filho (*18.08.1888 - Brusque), Elena Werner (*27.03.1891- Brusque), e Magdalena Werner (*10.01.1893 - Brusque).
Viúvo, casou em segundas núpcias em 11.05.1895, em Brusque, com a cunhada Elisabetha Westarb, conhecida como Izabel (*01.05.1879 - Brusque, +3.11.1951 - Lages), de dezesseis anos, com quem teve quinze filhos:
Augusto Frederico Werner (*13.09.1895 - Brusque, +15.12.1954 - Lages), Carlos Werner (*3.01.1897 - Brusque, +7.06.1939 - Bom Retiro), Elisabetha Maria Werner (*2.04.1898 - Brusque), Guiomar Mathilde Werner (*7.03.1900 - Lages), Luiza Werner, conhecida como Alice (*24.04.1901 - Lages, +22.06.1988 - Lages), Cândida Adelaide Werner (*15.06.1902 - Lages), Edmundo Werner (*24.10.1903 - Lages), Olga Werner (*5.04.1905 - Lages, +3.08.1975 - Lages), Antonio Affonso Werner (*10.03.1908 - Lages, +17.05.1992 - São José), Oswaldo Jacob Werner (*16.11.1909 - Lages), Leopoldo Henrique Werner (*7.08.1911 - Lages), Bruno Werner (*20.05.1913 - Lages), José Alberto Werner, conhecido como Alberto (*14.11.1914 - Lages, +12.08.1996 - Lages), Oscar Werner (*15.05.1917 - Lages) e Auta Werner (*08.09.1919 - Lages, +28.06.1920 - Lages).
Pedro José Werner e Elizabeth Westarb Werner, quando faleceram, em 1923 e 1951, respectivamente, moravam na localidade de Chapada, em Lages.
PEDRO WERNER, rua
Um dos leitores mais assíduos da nossa coluna semanal em "O Município", o Sr. Viniton Maluche, interessou-se em enviar dados sobre seu bisavô Pedro José Werner. As anotações sobre o antepassado que é nome de uma rua de Brusque fizeram por merecer a divulgação na íntegra, como segue:
"Pioneiro da colonização de uma comunidade, é o termo usado para a pessoa que se estabeleceu em um lugar, antes da chegada dos primeiros colonizadores, que ficaram na história como os fundadores de uma localidade.
Quando os 55 colonos aportaram no lugar denominado Vicente Só, encontraram naquele local uma casa e dois engenhos: de serra e de farinha de mandioca, propriedades de um compatriota que há muito tempo já tinha vindo de São Pedro de Alcântara, município de São José, local para onde foram dirigidos os primeiros imigrantes alemães em nosso Estado. Essa pessoa era PEDRO JOSÉ WERNER, que os alojou em sua casa e engenhos.
Pedro José Werner já era proprietário de grandes áreas de terras, requeridas que foram ao Departamento de Terras Públicas da Província, e de outras adquiridas de Francisco Salentien, já então comerciante na barra do rio Itajaí, que tinha sido seu vizinho. Não foi Pedro José o único pioneiro; vários outros possuíam terras nas proximidades, inclusive seu sogro e cunhados. Mas o verdadeiro pioneiro, apesar de não possuir terras, foi Vicente de Mello, conhecido por Vicente Só, que morou no local em que Pedro Werner construiu suas benfeitorias. Foi com aquele senhor de cor parda que Pedro José aprendeu a dominar melhor o português e a habilidade para a vida na selva, assim como lidar com os índios, dos quais se tornou amigo.
Depois da chegada dos primeiros colonos, Pedro José Werner foi quem participou mais ativamente na vida da colônia. Sempre um incentivador, soube manter alto o moral de muitos colonos que se sentiam desanimados ao se depararem com as primeiras dificuldades, presas fáceis de grande depressão, por terem saído de sua pátria, com todos os recursos da época e onde deixaram parentes e amigos, para uma aventura ao desconhecido.
Aproximadamente cinco anos depois da chegada dos primeiros colonos, Pedro José Werner, com o comerciante Peter Jacob Heil, resolveram por fim às dificuldades para a assistência religiosa, mormente dos católicos, tomando a iniciativa de construírem juntos uma capela. Pedro Werner doou toda a madeira serrada que se fez necessária e um sino, importado da Alemanha (*).
Pedro José Werner teve três filhos: Pedro, Nicolau e Maria, que casou com Augusto Maluche, um alemão descendente de espanhol, músico e fundador da primeira orquestra da Colônia Itajahy.
Poucos descendentes de Pedro José Werner residem em Brusque, porque todos os seus filhos foram ser fazendeiros em Lages. Nicolau seguiu para Bom Retiro, onde terminou seus dias. Catharina Palm Werner, mulher de Pedro José, já viúva, acompanhou seus filhos para Lages, lá estando sepultada. Dos quatro filhos de Maria Werner Maluche, apenas Antônio voltou para esta cidade.
Antônio era filho de Augusto e pai de Viniton que escreveu estas notas.
GOULART, Maria do Carmo Ramos Krieger. Brusque: essas ruas que eu amo. Blumenau: Fundação Casa Dr. Blumenau, 1982, p. 79-80.