Professor e arqueólogo dedica vida profissional ao Museu de Sambaqui

Sonho de dar aulas levou Afonso Imhof a ampliar seus horizontes

Fabrício Porto/ND

Aposentado. Afonso Imhof deixou o serviço público em junho, mas não se afastou das pesquisas e da sala de aula

Durante a longa carreira de Afonso Imhof, iniciada ainda na juventude, enquanto se preparava para o magistério, não faltaram títulos. "Fui chamado de professor, arqueólogo, sociólogo... Tudo dependia da atividade principal do momento, mas o que mais fiz foi dar aulas. Era a minha vocação", diz o agora ex-funcionário público, aposentado pela Prefeitura no mês passado - mas ainda na ativa, como professor na Univille, na mesma faculdade de história em que se formou há mais de quatro décadas e onde começou a lecionar logo em seguida.

A história de Afonso Imhof começa após o final da Segunda Guerra, em setembro de 1945, quando nasceu, em Brusque. "Logo que terminei o ensino fundamental já pensava em ser professor de história, matéria que muito me atraía. Enquanto fazia o curso normal regional, preparatório para o magistério, fui aprovado em concurso da rede estadual de ensino e designado para dar aulas numa pequena escola rural. Era o início mais comum para carreiras de professores", recorda.

E 1969, Imhof mudava de ares, trocando o Médio Vale por Joinville. Por dois motivos: "Era uma das cidades próximas onde havia faculdade de história. E minha noiva já morava  aqui".

Afonso Imhof foi aluno da segunda turma do curso de história da Univille. "Comecei a faculdade quando a antiga Furj funcionava no Colégio dos Santos Anjos, depois passei para as instalações do Colégio Marista (hoje a ACE) e, finalmente, no campus atual, no Bom Retiro. Em 1971, comecei a trabalhar como assistente de campo do professor Walter Piazza, no departamento de Educação e Cultura da Univille", relata. Entre os estudos, estava o acervo que viria ma ser o Museu Arqueológico de Sambaqui.

Museu do Sambaqui, um lar

Em campo. Registro de seu trabalho em um sítio arqueológico

 

Em 1973, Afonso Imhof assumiu a direção do Museu de Sambaqui, criado oficialmente em outubro do ano anterior. " O quadro de pessoal tinha um jardineiro, uma zeladora e Borges de Garuva na secretaria. Trouxemos o acervo guardado no Museu Nacional e logo começamos a receber doações", conta.

 

Ele foi em busca de aperfeiçoamento e fez pós-graduação em arqueologia na Universidade Federal do Paraná. "As aulas eram dadas no campo, nos próprios sambaquis paranaenses", reforça. Seguiram-se pós-graduações em ciências sociais pela UFSC e em sociologia pela PUC mineira, além de diversos cursos de museologia e visitas e eventos pelo país.

 

Imhof ocupou a direção do Museu de Sambaqui até 1988, transferindo-se em seguida para a Fundação Cultural (onde se aposentou em junho). Desde 1974 é professor de história da Univille, tendo chefiado o departamento em algumas ocasiões. Também foi professor no colégio Annes Gualberto, diretor do Arquivo Histórico Municipal e coordenador da Casa da Memória.

 

O professor orgulha-se da revitalização da Feira de Arte e Artesanato nos anos 90. Mas é o Museu de Sambaqui que merece um cantinho especial em seu coração: "Aqui foi um lar", conclui.

 

Porto, Fabrício. Professor e arqueólogo dedica vida profissional ao Museu de Sambaqui. RICMAIS. Joinville 8.07.2015.

http://ndonline.com.br/joinville/perfil/267980-professor-arqueologo-sociologo.html Acesso em: 8.07.2015.